
Problema que atinge milhões de pessoas ao redor do mundo, a fome é responsável por impactar significativamente a saúde mental, provocando assim ainda mais estragos para toda uma sociedade.
Por conta da gravidade do assunto, é indispensável conhecer alguns detalhes, identificando causas, efeitos e, principalmente, caminhos para solucioná-lo.
Para aqueles que diariamente possuem comida na mesa, a fome e a insegurança alimentar passam praticamente despercebidas, como se fossem inexistentes.
Entretanto, é importante lembrar que existem diferentes realidades. Além disso, vivemos em comunidade. Dessa forma, esta e outras situações refletem em todos.
Dados do relatório de 2024 sobre insegurança alimentar e nutricional da Organização das Nações Unidas (ONU), conhecido como SOFI, demonstrou que em 2023 cerca de 733 milhões de pessoas no planeta estavam em situação de fome.
No Brasil, a insegurança alimentar severa abaixou de 17,2 milhões para 2,5 milhões, de 2022 para 2023, ainda segundo o mesmo estudo.
Independentemente da nacionalidade ou de possíveis avanços, o problema ainda atinge uma fatia considerável de pessoas, causando estragos também para a saúde física e mental.
Reflexos na saúde mental
Antes de mais nada, é importante lembrar que a fome é caracterizada pela ausência de comida. Por sua vez, a insegurança alimentar a falta de acesso a alimentos nutritivos suficientes. De qualquer forma, os impactos causados na saúde mental das pessoas podem ser comprovados por números.
Intitulado “Pushed to the brink: the UK’s interlinked mental health and food insecurity crises”, relatório da The Food Foundation trouxe alguns dados relevantes sobre o tema.
Dos participantes do estudo que informaram ter enfrentado insegurança alimentar, 72% relataram sentir ansiedade e 66,5%, depressão, assim como 66,2% acreditam que o problema resulta em índices elevados de stress.
Além disso, quase 71% demonstraram preocupação com os possíveis efeitos da insegurança alimentar na saúde física e 66,7% imaginam que o problema pode comprometer a saúde mental.
Por sua vez, estudo para avaliar a relação da insegurança alimentar e sintomas depressivos em idosos da região nordeste brasileira identificou que os domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave apresentaram 5 vezes mais chances de desenvolverem sintomas depressivos.
Danos para toda a sociedade
Como já destacamos, a fome e a insegurança alimentar podem causar problemas para a saúde mental das pessoas, como ansiedade, stress, depressão.
Em algumas situações, isso pode também desencadear o consumo excessivo de álcool ou de drogas, o que causa outro problema. Ainda neste contexto, é importante lembrar que o tema se conecta com outras áreas, como educação e segurança, interferindo diretamente no desenvolvimento social e, também, econômico de qualquer país.
Com tamanha relevância, é necessário unir forças para combater o problema, promovendo uma ação conjunta entre o poder público, a iniciativa privada e as organizações sociais.
Claro que o primeiro “combate” está em alimentar quem tem fome. Entretanto, é importante o desenvolvimento de uma estratégia realmente efetiva para atuar na prevenção do problema.
Isso envolve o desenvolvimento de políticas públicas apropriadas, que busquem promover a igualdade social e o bem-estar, quebrando esse ciclo de fome e insegurança alimentar.
Outro ponto importante é ampliar o acesso a saúde da população, com uma atuação multidisciplinar que consiga tanto prevenir quanto identificar e cuidar de quem passa por problemas relacionados com a fome e a insegurança alimentar.
Nesse processo, é indispensável democratizar o acesso ao atendimento psicológico, dando o suporte necessário para as pessoas em situação de vulnerabilidade. Como exemplo, é possível destacar o trabalho realizado do Psicólogos Sem Fronteiras, que atua para promover a saúde mental para todos.
Com atuação no território nacional, o movimento promove o serviço voluntário, atuando para contribuir com a população em cenários de instabilidade climática, social e econômica. Para mais informações sobre o trabalho do movimento, acesse o site https://www.psf.org.br.