CMO, board member e advisor, Mauricio Castro explica no Gi Trend Talks como ser um profissional bem-sucedido transitando por múltiplas carreiras.

Reinvenção e protagonismo são indispensáveis em carreiras de sucesso. Imagem: Adobe Stock
Além da necessidade da qualificação constante, a carreira de um trabalhador muitas vezes é pautada pela oportunidade ou, até mesmo, pela falta dela. Afinal, em determinados momentos, é preciso mudar o rumo quando uma porta se fecha ou um desafio surge. Em um mercado corporativo cada vez mais dinâmico e em constante mutação, é comum encontrar profissionais fora da zona de conforto, transitando entre o empreendedorismo e os cargos executivos ou, até mesmo, combinando ambos.
Mas será que é possível ser bem-sucedido atuando dessa forma? Com grande experiência no assunto, Mauricio Castro, CMO, board member e advisor, apresentou valiosos ensinamentos no Gi Trend Talks, em um bate-papo rico em informações com Candice Fernandes, diretora da STATO Intoo, unidade de gestão de carreira e recolocação profissional da Gi Group Holding.
Entre os temas debatidos no terceiro episódio do podcast, estão: múltiplas carreiras, gestão de mudanças e o impacto do protagonismo no planejamento de carreira.
Múltiplas carreiras exigem adaptação
O “mar corporativo” repleto de desafios faz aos “navegantes” um convite para o aprendizado contínuo, exigindo como pagamento a resiliência e a disposição para se reinventar constantemente. Neste cenário desafiador, o sucesso está à disposição de quem consegue desempenhar com maestria diferentes papéis, seja como executivo, empreendedor ou conselheiro.
Para não se perder ao longo do caminho, o profissional precisa aprender com as múltiplas carreiras a importância da adaptação às oportunidades e a necessidade de possuir um norte, mesmo em mudanças bruscas na rota inicialmente traçada.
Essas características estão bem ilustradas na vida profissional de Castro. Aos 20 anos, ele fundou sua primeira empresa no quarto de casa, com recursos limitados, mas muita disposição. “Desde os 15 anos eu já gostava de tecnologia, mas não das aplicações mais comuns da época, dos sistemas de administração e de gestão financeira. Eu gostava da aplicação da tecnologia para o mundo gráfico, como videogames, marketing e animações”, relembra.
A primeira grande oportunidade veio com projetos inovadores no início dos anos 1980, quando ele e dois amigos participaram do desenvolvimento de soluções para espetáculos visuais, como a projeção de logotipos em grandes shows. Mesmo sem as ferramentas ideais da época, os empreendedores desenvolveram soluções alinhadas às demandas daquele momento. “Viramos um player no Brasil rapidamente. Acredito que foi mais por um ‘oceano azul’ do que pela nossa capacidade de planejar, pois as pessoas vinham até nós. Então nós éramos uma agência de inovação e tecnologia de marketing das grandes marcas. Atendi Nestlé, General Motors, Avon, Rede Globo, Instituto Ayrton Senna”, explica
Do empreendedorismo ao mundo executivo
Após liderar a própria empresa por 13 anos, Castro vendeu o negócio para o grupo norte-americano Omnicom. Com isso, tornou-se sócio-minoritário e, pela primeira vez, assumiu uma posição executiva dentro de uma estrutura corporativa.
O profissional aproveitou esse momento para expandir suas habilidades, incluindo soft skills relacionadas à convivência estratégica em grandes grupos, aprendendo assim a “jogar o jogo” do mundo corporativo global. “Teve também uma outra coisa muito importante nessa virada, que foi perder o complexo de vira-lata”, destaca Castro.
Esse relato demonstra a importância de cultivar a capacidade de adaptação e a necessidade do aprendizado constante, independentemente do contexto.
Em meio a tudo isso, destaca-se também a importância do planejamento estratégico, mas com a capacidade de se ajustar durante o caminho, que nem sempre é linear. Aqui o segredo está no acúmulo de conhecimento ao longo da jornada para que o aprendizado seja colocado em prática quando boas oportunidades surgirem.
Idade não é limite
Para aqueles que possuem o receio em transitar por múltiplas carreiras, é importante não se limitar por conta da idade. Em resumo: nunca é tarde para recomeçar ou explorar novos desafios.
Prova disso está na história de Castro, quando aos 50 anos assumiu um novo desafio, desta vez em regime de CLT, para atuar como diretor de Estratégia, Inovação e Marketing em uma empresa. “Eu brinco e digo que, no Poupatempo, eu tirei uma selfie com a carteira de trabalho na mão e mandei para a minha filha, falando: ‘Agora vai, papai arrumou um emprego e a vida vai andar para a frente’”, diz.
Sobre o assunto, é importante deixar de lado possíveis barreiras impostas até mesmo pela sociedade com relação à idade, assim como crenças sobre o que é melhor: ser um empreendedor ou atuar como um funcionário.
“É um projeto legal? Eu vou aprender no caminho? Eu posso contribuir? É alinhado com o meu propósito? Então tanto faz se eu sou sócio ou não. É claro que tem o modelo de remuneração. Mas o norte está lá, não existe preconceito”, diz.
Hoje, Castro está em uma nova fase na carreira, atuando como conselheiro, mentor e palestrante. Para quem aprende a se desenvolver profissionalmente com múltiplas carreiras, esse movimento constante se torna natural, como parte do processo de amadurecimento dentro de um rumo traçado.
Entre os ensinamentos transmitidos durante o episódio do podcast, Castro destaca que a reinvenção e o protagonismo são indispensáveis em carreiras de sucesso. Afinal, navegar entre empreendedorismo, inovação e liderança executiva é um exercício de autoconhecimento, resiliência e coragem para abraçar o novo.
Não deixe de conferir o 2º episódio do Gi Trend Talks: IA: Transformações no Mercado de Trabalho e Liderança.
