Especialistas explicam no Gi Trend Talks o que os profissionais precisam desenvolver para fazer parte deste novo mundo corporativo com a IA

A Inteligência Artificial chegou, e não basta apenas ter times técnicos. Foto: Adobe Stock
A inteligência artificial (IA) ressignificou o mundo corporativo, redesenhando e criando funções e profissões, assim como fechando algumas portas. Para os alarmistas de plantão, é importante lembrar que a inovação sempre se fez presente no processo de evolução permanente do mercado de trabalho.
Só para ter uma ideia, Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025 do Fórum Econômico Mundial estima que 170 milhões de novos trabalhos serão criados nesta década, com outros 92 milhões substituídos no mesmo período. Isso significa um aumento líquido de 78 milhões de empregos até 2030. Em boa parte, estas são oportunidades relacionadas com avanços tecnológicos como a IA.
Portanto, o caminho para os profissionais é entender o contexto e buscar as ferramentas necessárias para permanecer no “jogo”. Mas como fazer isso na prática? Quais as habilidades necessárias? O que esperar para o futuro das carreiras?
Estas e outras dúvidas foram esclarecidas durante o segundo episódio do “Gi Trend Talks”. Com mediação de José Roberto Paim Neto, diretor de TI da Gi Group Holding, o podcast contou com a participação de Ivone Ivassaki, especialista em IA e mentora na Angular Consulting; e Thiago Françoso, vice-presidente da Wadhwani Foundation.
Novas habilidades e oportunidades
O enorme potencial da inteligência artificial generativa rapidamente atraiu a atenção das pessoas e, consequentemente, das empresas. Em meio às aplicações no dia a dia corporativo, logo surgiu também a dúvida: qual será o futuro das carreiras?
Assim como ocorreu em outros momentos da história, certamente algumas funções vão deixar de existir. Entretanto, acredito que atualmente ninguém reclamará da extinção da profissão de acendedor de lampiões por conta da criação da energia elétrica. Se uma porta se fechou na época, outras abriram. E esse ciclo se repetiu por diversas vezes.
No caso da IA generativa, porém, a transformação exige uma mudança comportamental, com o aprendizado e aprimoramento constante de novas habilidades.
Diferentemente do que acontecia antigamente, Ivone explica que os profissionais precisam aprender a trabalhar em equipes multidisciplinares, com colaboradores com vivências e formações variadas. “Hoje entendemos que o time de IA precisa ter essa diversidade de pessoas”, diz.
Dessa forma, Ivone indica para qualquer profissional estudar sobre inteligência emocional para aprender a lidar com pessoas diversas. “O que vai diferenciar a gente das máquinas é o nosso pensamento humano.”
Como complemento, Françoso lembra que a capacidade de resolução de problemas e o pensamento crítico estão entre as habilidades do futuro até 2025 destacadas na lista do Fórum Econômico Mundial. “Então, a gente não está falando exclusivamente de Inteligência Artificial”, afirma.
Segundo ele, muitos falam sobre os profissionais que desenvolvem as tecnologias. Entretanto, no caso da IA generativa, a utilização das ferramentas não exige um conhecimento vasto sobre programação.
Como exemplo, Françoso destaca a profissão de prompt engineering, em que o profissional domina a melhor forma de comunicar-se com a IA para a geração de resultados cada vez mais expressivos. “Não adianta escrever de qualquer jeito. Então, habilidades de comunicação e de escrita são extremamente importantes, pois é tudo em linguagem natural”, diz.
Segundo Françoso, esse ponto traz à tona a importância da vivência e do conhecimento mais apurado. Isso, aliás, pode transformar a IA em uma solução inclusiva no mercado de trabalho. “É um diferencial competitivo para os mais experientes.”
Habilidades para as lideranças
Para os líderes, certamente é indispensável desenvolver habilidades relacionadas com comunicação, compreensão do comportamento humano, resolução de conflitos, entre outras que se relacionam com o dia a dia da chefia de uma equipe.
Entretanto, Ivone apresenta um ponto importante. Para aqueles que vão comandar equipes de IA, é fundamental conhecer sobre o assunto. “Não vai dar para ele criar times de inteligência artificial se ele não souber conversar sobre o que o time dele está falando.”
De acordo com ela, as novas gerações vão trazer questionamentos cada vez mais qualificados para os gestores. “Então ele não pode perder a essência de ser técnico e estudar a vida toda”, destaca.
Para Françoso, o líder atualmente precisa conseguir desenvolver o potencial da nova geração, trabalhando o lado motivacional e compartilhando conhecimento. “É preciso saber acolher esse jovem que está chegando no mercado de trabalho.”
Durante o podcast, ambos trouxeram diversas outras informações relevantes para os profissionais que desejam fazer parte deste novo mercado de trabalho, no qual novas habilidades serão cada vez mais necessárias para a interação com a inteligência artificial. Ficou interessado? O episódio completo está disponível no canal do Youtube da Gi Group Holding.