Muito se fala sobre a importância de manter hábitos saudáveis para a prevenção de doenças graves. Apesar da relevância desse discurso, alguns ainda ignoram a relevância de manter determinadas atitudes para garantir a desejada qualidade de vida.
Consequentemente, essa atitude leva a problemas de saúde relacionados, até mesmo, com diagnósticos tardios, o que agrava ainda mais a situação.
Para os pacientes, os efeitos da falta de prevenção são extremamente graves. E o mesmo acontece para os planos de saúde. Afinal, a conta se torna mais cara.
Só para ter uma ideia, mais de 60% dos casos de câncer diagnosticados nos beneficiários dos planos de saúde estão em estágio avançado. Só este dado já demonstra a importância de conseguir fazer a prevenção de forma eficiente.
Mas como isso é possível? Como trabalhar de forma estratégica para realmente conseguir desenvolver uma ação que provoque o impacto desejado na saúde das pessoas e, também, dos planos?
Responder estas perguntas ajuda tanto no desenvolvimento de um sistema de saúde mais eficiente, quanto na promoção da qualidade de vida e, também, no equilíbrio dos custos para pacientes e planos.
Importância da prevenção na saúde
Dificilmente uma pessoa questionará a importância de manter hábitos saudáveis para preservar a saúde. Até mesmo fumantes sabem sobre os riscos. Assim como muitos entendem que o sedentarismo é inimigo da boa qualidade de vida.
Apesar da grande quantidade de informações à disposição e de iniciativas individuais bem-sucedidas, muitas vezes é difícil encontrar um trabalho de prevenção que apresente resultados abrangentes, com reflexos significativos nos custos da saúde.
Mas então por que isso acontece? Como colocar em prática um trabalho realmente efetivo em prevenção na saúde?
De acordo com a VP of Life Science & Innovation da Aliz Health, Juliana Perry, o processo para um trabalho eficiente tem início na identificação da população em risco.
“A inclusão dos beneficiários em programas de prevenção à saúde começa com a seleção criteriosa dos pacientes que realmente serão beneficiados com essas iniciativas”.
Apesar disso, Juliana explica que o sucesso desses programas depende do engajamento. Para conquistar esse objetivo, algumas ações devem ser adotadas.
“Estudos mostram que pacientes que participam de programas de prevenção a saúde que incluem incentivo de agendamento de consultas, material informativo com orientações claras e acessíveis sobre saúde, e oferecem acompanhamento individualizado monitorado pela equipe de profissionais de saúde tendem a demonstrar uma adesão mais eficaz aos programas.
O poder dos dados
O caminho, portanto, está na identificação das diferentes necessidades dos usuários para, consequentemente, desenvolver programas de prevenção direcionados e realmente úteis. Dessa forma, o engajamento certamente será maior.
Aqui, porém, surge um novo dilema. Como fazer isso de forma prática, eficiente e com custos apropriados? “Muitos planos de saúde não possuem sistemas de busca eficientes para ofertar programas direcionados aos pacientes, o que geralmente demanda um grande investimento de tempo dos profissionais de saúde”.
Para Juliana, o processo de rastreamento precisa ser eficaz. Caso contrário, aumentará os custos dos programas de promoção e prevenção a saúde. “Além disso, o engajamento dos pacientes aos programas é um fator crítico. A adesão dos beneficiários engloba fatores socioeconômicos, a compreensão por parte dos pacientes sobre os benefícios envolvidos e a disposição para possíveis mudanças no estilo de vida”.
Nesse contexto, a correta análise dos dados se transforma no suporte ideal para promover ações de prevenção realmente efetivas. “É essencial que os planos de saúde estabeleçam indicadores e métricas para acompanhar o desempenho de seus programas, possibilitando a realização de ajustes e melhorias constantes nas iniciativas implementadas”.
Inteligência Artificial em ação
Quando o assunto é análise de dados, os avanços tecnológicos entram em ação. Isso porque a inteligência artificial (IA) promoveu uma verdadeira revolução nessa área, automatizando processos e auxiliando com informações relevantes que contribuem nas diversas toadas de decisão.
Na área de saúde não é diferente. Dessa forma, a criação de programas de prevenção eficientes e com custos aceitáveis está diretamente relacionada com esse tema.
“A aplicação da tecnologia e da inteligência artificial pode auxiliar no rastreamento do grupo de beneficiários em alto risco, na identificação de exames de rotina não realizados pelos usuários, e até mesmo no monitoramento dos desfechos clínicos”.
De acordo com Juliana, a incorporação de um rastreamento organizado dentro de um programa estruturado permite que o plano de saúde ofereça aos seus beneficiários o cuidado direcionado, identificando precocemente sinais e sintomas de uma doença como o câncer de mama, por exemplo.
“Quando o câncer é identificado no estadiamento avançado geralmente implica em uma doença mais disseminada e no tratamento mais intensivo e prolongado. A estratégia de rastreamento organizado tende a ser mais custo efetiva a longo prazo, aumentando as chances de cura e reduzindo os custos associados a tratamentos prolongados e complexos. Além disso, ao identificar precocemente os indivíduos em maior risco, os programas de rastreamento podem incentivá-los a adotar medidas preventivas, como mudanças no estilo de vida e a realização de exames regulares”.
Identificação de padrões
Com o suporte da tecnologia e dos dados, também é possível manter uma atuação estratégica e personalizada. “Podemos identificar padrões em diversas doenças e oferecer um cuidado direcionado para cada paciente”.
Para facilitar o entendimento, a VP of Life Science & Innovation da Aliz Health destaca como exemplo a abordagem das doenças cardiovasculares e suas comorbidades que envolvem a medição de sinais fisiológicos e bioquímicos, bem como a avaliação contínua de dados relacionados ao estilo de vida como a prática de atividade física, dieta, qualidade do sono etc.
“O acesso a esses parâmetros muitas vezes é restrito aos pacientes e médicos. Entretanto, podemos avaliar o grau de aderência do beneficiário a exames e consultas de rotina. Com base no histórico de cada paciente, é possível gerar informações que possam servir de alerta para os problemas potenciais antes mesmo de ocorrerem”.
Ao combinar esses fatores, é possível tomar uma decisão mais assertiva e em tempo real em relação ao grupo de beneficiários em risco.
Nesse contexto, porém, Juliana destaca um ponto importante. “É fundamental ressaltar que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) garante a proteção dos dados dos pacientes, exigindo sua autorização expressa para a coleta dessas informações”.
Prevenção de forma estratégica
Como foi possível identificar, promover ações de prevenção de forma eficaz exige uma atuação estratégica, mapeando as reais necessidades dos pacientes e, também, otimizando os custos.
Dessa forma, uma análise detalhada do comportamento de grupos de beneficiários fornece aos gestores um modelo de cuidado direcionado, englobando tanto as despesas médicas quanto os dados clínicos adicionais.
Essa abordagem permite identificar os pacientes em risco e antecipar aqueles que poderiam se beneficiar com os programas de promoção e prevenção a saúde. Em conjunto, promove o monitoramento contínuo e adequado da jornada de todos os beneficiários.
Para saber mais sobre o assunto, acesse o site da Aliz Health.