CIO Latam da All4Labels Brasil, Rita de Cássia Piciura traz informações valiosas sobre o tema durante participação no Gi Trend Talks

Mulheres impulsionando a transformação no setor de tecnologia. Foto: Adobe Stock
Apesar dos avanços, determinados setores profissionais ainda necessitam de uma atenção especial quando o assunto é igualdade de gênero. Este é o caso, por exemplo, da área de tecnologia, na qual a representação feminina é de apenas 0,07%, o que corresponde a 69,8 mil profissionais, segundo pesquisa da Serasa Experian de 2024. Ainda de acordo com o levantamento, 4 em cada 10 mulheres que atuam em TI recebem um salário mensal de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil.
Muito mais do que contratar por exigência do mercado ou por pressão social, as companhias necessitam promover uma transformação cultural autêntica no ambiente corporativo, conquistando de forma legítima os benefícios de contar com equipes diversificadas e com diferentes perfis.
Nesse cenário, as pioneiras que superaram as barreiras há alguns anos agora possuem a responsabilidade de fomentar e criar espaços para outras mulheres. Muito mais do que abrir as portas do mercado de tecnologia, essas profissionais auxiliam no desenvolvimento de um plano de carreira em um segmento tão promissor. Afinal, elas demonstram que é possível!
Prova disso é Rita de Cássia Piciura. CIO Latam da All4Labels Brasil, ela abordou o tema durante a participação no Gi Trend Talks, podcast moderado por Juliana Bertoni, coordenadora de Atração de Talentos da Gi Group Holding. No bate-papo, elas debateram o atual cenário do mercado profissional, destacando as ações necessárias para promover a equidade de gênero na área.
Equidade de gênero no setor de tecnologia
Rita tem propriedade para falar sobre o assunto. Aos 14 anos, ela começou a desvendar os computadores. Rapidamente, apaixonou-se por tecnologia e inovação. Já trabalhando na área, decidiu estudar Sistema de Informação, formando-se na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Entre os cursos em seu currículo, especializou-se em Gestão de Liderança Avançada, na Fundação Dom Cabral, e se tornou mestre em Administração de Empresas – MBA, Automação Empresarial, Escritório, Tecnologia e Entrada de Dados, pela Fundação Getulio Vargas.
Em sua trajetória profissional, atuou em diversas empresas e em diferentes áreas e funções relacionadas à tecnologia. Como executiva, possui vasta experiência em gestão de TI, desenvolvendo equipes e criando estratégias para o crescimento sustentável de negócios.
Sem “romantizar” o tema, Rita recorda do início da carreira – quando era uma exceção em equipes formada quase exclusivamente por homens – e apresenta um fato importante: “Não foi simples e fácil, mas foi possível”, afirma.
Em áreas nas quais a predominância masculina é muito presente, infelizmente alguns ainda invalidam a capacidade feminina de estar naquele ambiente, assim como questionam a competência da mulher para executar determinada função apenas por conta do gênero.
“Ainda hoje existem muitos homens que não têm a consciência que estão fazendo algo que é preconceituoso, uma discriminação. As novas gerações estão um pouco mais preocupadas em trazer esse viés mais igualitário, com empresas trabalhando em busca da diversidade”, explica.
Durante sua participação no Gi Trend Talks Rita destacou que felizmente os profissionais estão mudando essa situação. “Mas também vejo que o tema precisa ser explorado, pois as gerações que chegam já vêm mais preparadas.”
Apoio para o desenvolvimento profissional
A mudança do cenário profissional, porém, não se limita em contratar mais mulheres para trabalharem no setor de tecnologia. Na atual fase, torna-se indispensável mostrar a essas profissionais que é possível construir uma carreira sólida e próspera.
Esse comportamento envolve tanto o incentivo à qualificação quanto o desenvolvimento de um plano de carreira. E aqui surge a seguinte questão: aonde você quer chegar? “Muitas mulheres nunca tinham parado para pensar sobre isso. E muitas vezes elas não acham que é possível, que isso pode acontecer.”
O diálogo de profissionais como Rita com as mulheres serve para orientar e, também, para servir como exemplo, demonstrando que é possível. “A porta de entrada no mercado de trabalho é um caminho. Mas dentro das organizações é importante trazer as referências, o plano, é criar os espaços”, destaca.
Importância da pluralidade para as empresas
Até mesmo por causa do processo de transformação e amadurecimento do mercado corporativo, as pautas relacionadas com a equidade de gênero precisam ser abordadas de forma mais ampla. E aqui surge um outro ponto: a pluralidade.
Muito mais do que trazer mais mulheres para as equipes, as empresas encontram na diversidade uma ferramenta valiosa e enriquecedora para o desenvolvimento de soluções criativas e mais eficientes, assim como para a conquista de resultados cada vez mais significativos, construindo assim um crescimento sustentável.
“O que hoje eu vejo é que temos pessoas com características comportamentais e de experiências de vida diferentes. Isso enriquece as equipes e traz discussões positivas. Se todos estão dizendo sim, existe algo errado”, diz Rita.
Atualmente, é importante adotar um olhar diferente para as pessoas, sem rotular ou taguear. Dessa forma, é possível encontrar o profissional com as qualidades e capacidades certas para executar determinada função, sem levar em consideração gênero.
Nesse contexto, Rita traz um novo elemento para o debate: a inteligência artificial, que apresenta determinadas características e comportamentos para a realização de inúmeras tarefas. Para a executiva, a pluralidade também precisa ser levada em consideração nesse contexto. “Senão, vamos continuar repetindo massivamente determinados comportamentos e características”, finaliza.
Quer aprender mais sobre equidade de gênero no setor de tecnologia? O episódio completo com a participação de Rita de Cássia Piciura, CIO Latam da All4Labels Brasil, no podcast Gi Trend Talks está disponível no canal da Gi Group Holding no Youtube.