
Após muita análise e discussão no Congresso, o projeto de lei que restringe nas escolas públicas e privadas o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, como o celular, foi sancionado no dia 13 de janeiro de 2025.
Durante a cerimônia de sanção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse: “O que vocês fizeram (congressistas) nesse ato de coragem foi falar o seguinte: nós vamos cuidar das nossas crianças, vamos evitar mutilamento, que as crianças possam voltar a brincar, possam voltar a interagir entre si, e eu acho que isso é muito importante”.
De acordo com o projeto sancionado, o objetivo da ação é “proteger a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes”. Entre as exceções para a restrição, a lei libera a utilização apenas para fins pedagógicos e didáticos com o acompanhamento dos professores, assim como por estudantes que utilizem o aparelho para a acessibilidade.
Com a volta às aulas se aproximando, o tema ganha ainda mais relevância. Afinal, a restrição exigirá mudanças por parte dos alunos e dos educadores. Dessa forma, torna-se necessário entender um pouco mais sobre o assunto, encontrando formas apropriadas para proteger a saúde mental das crianças e dos adolescentes.
Celular e a educação
Antes de abordar de forma mais detalhada o tema, é importante lembrar que a tecnologia não é a vilã. Como disse o sociólogo e uma das grandes referenciais mundiais sobre o assunto, Manuel Castells, \”um país educado com internet progride. Um país sem educação utiliza a internet para fazer estupidez”.
Seguindo esse princípio, o caminho está na boa utilização das inovações. Nesse contexto, as escolas desempenham um papel muito importante na formação das novas gerações, demonstrando os caminhos para a utilização da tecnologia de forma útil, ética e responsável.
Isso, claro, envolve a utilização de dispositivos móveis. Independentemente das opiniões favoráveis ou contrárias, o celular faz parte da rotina das pessoas. Quando corretamente utilizado, gera inúmeras facilidades.
Entretanto, esses dispositivos também podem causar problemas. No âmbito escolar, o uso indevido prejudica o aprendizado, assim como compromete o desenvolvimento social e também emocional dos alunos.
O excessivo de celular pode causar dificuldade de atenção e concentração. Quando afastados do aparelho, muitos não conseguem focar no conteúdo apresentado pelo professor em sala de aula. Em alguns casos, o estudante pode demonstrar ansiedade e irritação.
A facilidade em encontrar respostas para os assuntos abordados também prejudica no desenvolvimento do raciocínio lógico e na criatividade.
Cuidado com o bullying
Outro problema relacionado é a utilização das redes sociais e dos aplicativos de mensagens instantâneas no período de aula. Ao invés de interagirem com os colegas e construírem relações de amizades, muitos se isolam.
Em algumas ocasiões, essas ferramentas também são utilizadas para a prática do bullying, o que compromete de forma significativa a saúde mental dos alunos.
Esses, claro, são apenas alguns exemplos de como o uso indevido do celular na escola pode prejudicas o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
Entretanto, é importante lembrar que vivemos em um mundo em constate evolução, com a tecnologia presente no dia a dia. Portanto, os estudantes precisam estar preparados para se tornarem protagonistas da era digital. Isso só é possível com o aprendizado correto das tecnologias, com finalidade, responsabilidade e ética.
Assim como aconteceu em outros países, a lei no Brasil contribui para boquear o uso indevido. Cabe agora às instituições de ensino e também aos pais encontrarem e indicarem os caminhos para a correta utilização do celular e das demais tecnologias.
Até pelo contexto social, é importante que as boas práticas sejam trabalhadas com todos os estudantes, independentemente da condição social. Em alguns casos, o auxílio psicológico se faz necessário, contribuindo para o entendimento das crianças e dos jovens sobre os sentimentos envolvidos ao tema.
Por isso, o trabalho de movimentos sociais ganha ainda mais relevância para a democratização do atendimento psicológico para todos que necessitam desse valioso suporte. Quer saber mais sobre o assunto? Então, é só acessar a página do Psicólogos Sem Fronteiras.