
A criação de um Plano Nacional de Transição Energética no Mar se faz urgente e necessária. Em meio aos impactos no setor e aos debates mundiais sobre o tema, o Brasil possui diversas vantagens competitivas. Entretanto, precisa se articular para se posicionar à frente dos demais países.
Por conta da necessidade de grandes mudanças e do potencial impacto estratégico para o País, a Proposta de Diretrizes para o Plano Nacional de Transição Energética no Mar foi apresentada e entregue durante a abertura do Seminário Internacional Transição Energética no Mar, que ocorreu nos dias 29 e 30 de abril, no Rio de Janeiro.
Entre os objetivos da Proposta do Plano de Diretrizes está o aprimoramento da infraestrutura logística do Brasil, em apoio ao comércio exterior, considerando a transição energética no mar estabelecida pela International Maritime Organization (IMO).
Dessa forma, a proposta é que o plano contemple diretrizes estratégicas direcionadas para a ampliação e adequação da infraestrutura portuária, bem como uma contínua integração dos modais ferroviário, rodoviário, hidroviário, marítimo, terminais e linhas de comunicações marítimas. Para isso, faz-se necessária a criação de um Comitê de Alto Nível que poderá ser iniciado a partir de um Grupo de Trabalho, liderado pelo BNDES.
Importância da transição energética no mar
Com grande destaque, o Seminário Internacional Transição Energética no Mar abordou as oportunidades e os desafios relacionados à transição energética no mar no contexto mundial.
Realizado em dois dias, o evento aconteceu no auditório do BNDES e no Centro de Convenções da FGV, ambos no Rio de Janeiro. A abertura contou com a participação do Secretário-Geral da IMO, Arsênio Dominguez; do presidente do BNDES, Aloízio Mercadante; do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; do presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal; entre outras personalidades nacionais, palestrantes e comitivas estrangeiras.
Durante o seminário, foram apresentadas diversas questões pertinentes à transição energética no mar, incluindo a produção de biocombustíveis, metanol e etanol e uma ampla gama de informações sobre as transformações necessárias nesse cenário que incluem a preparação dos portos, da capacitação de pessoal e estaleiros e adaptação/transformação dos motores de propulsão e geradores dos navios
Além disso, os participantes conheceram casos de sucesso como a utilização de tintas especiais que diminuem o atrito entre o casco e água e soluções de engenharia para novas formas de casco, que reduzem a resistência ao avanço das embarcações, proporcionando menor consumo de combustível, com consequente diminuição das emissões de CO2. Tais medidas, aliadas ao uso de biocombustíveis, baterias ou de fontes de energias renováveis (eólica ou solar), seguramente farão parte da solução do problema que se avizinha.
Esclarecimentos
O evento também teve como objetivo desfazer equívocos sobre questões que estão diretamente ligadas ao paradigma entre a produção de alimentos e de combustíveis, principalmente sobre a ideia equivocada de que ao se produzir biocombustível se reduz a produção de alimentos quando, na verdade, ocorre exatamente o contrário.
Ainda no evento, o presidente do BNDES informou que lançará edital de estudos para descarbonização da frota marítima e que a aprovação de financiamentos da Indústria Naval do Brasil já alcançou R$ 100 bilhões.
Além disso, revelou que “o Banco deve aprovar cerca de R$ 5 bilhões em infraestrutura e logística com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) em 2024. No setor de Óleo e Gás, o FMM tem em carteira R$ 1,6 bilhão em projetos sob análise”.
Recado dado
Certamente, o Seminário Internacional: Transição Energética no Mar – Desafios e oportunidades para o Brasil proporcionou uma plataforma valiosa para a discussão e reflexão sobre as complexidades da transição energética e suas implicações para o Brasil e para o mundo, com oportunidades e desafios para todos.
O assunto é urgente e impactante. Por isso, quem estiver melhor informado e preparado liderará o processo de transição.
Nesse contexto, entre nos canais no Youtube do BNDES e da FGV para se atualizar sobre o assunto. Além disso, acesse o site do Cluster Tecnológico Naval para conferir as principais novidade relacionadas com a Economia do Mar.