CEO e conselheiros possuem funções distintas e, consequentemente,
variações em suas remunerações. Confira os detalhes.
Fonte: Adobe Stock
Ocupando o cargo mais alto de uma companhia, o CEO traz em sua bagagem a responsabilidade pelos resultados do presente e também do futuro de uma companhia. Também em um nível elevado da pirâmide empresarial, o conselheiro, por sua vez, pode ser tanto administrativo quanto consultivo, possuindo diferenciações tanto na atuação quanto nas responsabilidades.
Apesar das diferenças nas funções, esses profissionais ocupam o “topo da cadeia alimentar” do mundo empresarial. Até por conta disso, muitos especulam e até sonham com as remunerações desses cargos. Mas você sabe realmente quanto recebe um CEO e um conselheiro?
Para entender melhor sobre os valores praticados pelo mercado, é preciso conhecer um pouco mais sobre as funções e as diferenças na atuação. Um estudo sobre essa questão trouxe uma referência interessante.
Elaborado pelo site de economia Reset, levantamento constatou que o CEO pode ganhar até quase 5 mil vezes mais que a média dos demais funcionários de uma companhia.
Para chegar a tal constatação, o balanço utilizou os dados de 2022 das 25 maiores empresas do Índice Ibovespa. Os números são oficiais, pois constam no formulário de referência exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Essa disparidade ocorre por uma combinação de fatores. Por um lado, a grande maioria dos funcionários dessas empresas realiza funções operacionais, recebendo salário de acordo com o piso estabelecido.
Por sua vez, a remuneração dos executivos costuma ser variável, aumentando de acordo com metas conquistadas na companhia.
Mas e no caso dos conselheiros, como isso funciona? Se esses profissionais ocupam níveis elevados na hierarquia empresarial, como são remunerados pelo trabalho desempenhado?
CEO X Conselheiro
Para esclarecer essa dúvida, contamos com a ajuda de um especialista. Farias Souza é CEO da Board Academy, uma editech que forma conselheiros consultivos para o mercado, especialmente voltada para startups, empresas familiares e de médio porte.
O ponto de partida é entender as especificidades de cada função. O termo CEO é a sigla em inglês do cargo Chief Executive Officer. Ou seja, é o chefe executivo da empresa, também denominado presidente ou gerente geral, dependendo da organização.
“Ele está no cargo mais alto da empresa, sendo responsável por executar o planejamento estratégico e cumprir o orçamento e resultados acordados com os acionistas”, destaca Souza.
Por sua vez, o conselheiro apresenta funções bem distintas. A começar pela diferenciação entre conselheiro administrativo e consultivo.
O primeiro tem papel diretivo, elevado poder de decisão, com responsabilidades até mesmo legais. Dessa forma, decide pela empresa, assina e também responde com seu patrimônio em determinadas situações. “O conselho de administração delibera e contrata ou destitui CEOs e diretoria.”
Já o conselho consultivo não tem poder de assinar pela empresa. Dessa forma, não responde pelos atos da companhia com seu patrimônio. Esse profissional pode ser contratado pelos acionistas e pelo conselho de administração.
“Mas, na maioria das vezes, é contratado pelo dono empresa, fundador, família, CEO ou presidente”, explica o CEO da Board Academy. Nesse caso, tem como função apoiar o corpo diretivo com sua experiência, fazendo recomendações e sugestões, mas sem jamais executá-las.
Remuneração do conselheiro
Como as funções são distintas, as remunerações dos conselheiros também apresentam suas diferenças. Claro que não existe um valor-padrão. A forma e os preços variam de empresa para empresa.
Mas, em linhas gerais, a remuneração do conselheiro administrativo segue o mesmo modelo adotado para a do CEO. E o que isso significa? O recebimento de um valor mensal fixo, com possíveis bonificações extras de acordo com metas e resultados traçados.
“Não tem uma regra formal. Existem conselheiros que recebem uma fração/porcentual do que o CEO recebe. Já em outras empresas o valor é definido e não está ligado ao salário do CEO.”
Já no caso do conselheiro consultivo, é possível encontrar diferentes formas de pagar pelo serviço. “Ele pode atuar como pro bono, ou seja, não ter remuneração, como pode ganhar até R$ 60 mil. Em média, recebe entre R$ 10 mil e R$ 20 mil por empresa.”
Assim como para funcionários regulares, a remuneração de um conselheiro consultivo varia de acordo com o porte da empresa. Para exemplificar, Souza traz a seguinte tabela:
– Startups = pro bono ou em troca de equity;
– Empresas familiares e médias = de R$ 5 mil a R$ 15 mil;
– Empresas de médio e grande porte = de R$ 15 mil a R$ 60 mil.
Atuação do conselheiro consultivo
Como já destacamos, o CEO trabalha na parte executiva, ao contrário do conselheiro consultivo. Aliás, essas diferenças também estão na forma de atuação.
De forma geral, o conselheiro consultivo participa de uma reunião mensal, com 2 a 8 horas de duração, que pode ser presencial ou online.
Além disso, Souza explica que existem trabalhos prévios realizados antes desse encontro periódico. “Estudos, análises, conversas com executivos da empresa, visitação, participação em eventos do setor da empresa, contato com clientes, fornecedores e até concorrentes.”
Dessa forma, o trabalho de conselheiro consultivo não se resume a uma reunião mensal. “Ele requer conhecimento da empresa e do setor. Para isso, precisa estar sempre ativo”, finaliza Souza.
Como foi possível observar, existem diferenças entre os cargos de CEO e conselheiros, que, por sua vez, apresentam duas vertentes, com funções distintas. Essas variações, claro, refletem na remuneração. De qualquer forma, são funções com grandes responsabilidades e, consequentemente, boas remunerações.
Para saber mais sobre o mundo dos conselheiros e sobre o mercado empresarial, acesse o site da Board Academy.
