Iniciativa promove o debate para ampliar ações que beneficiam
o trânsito da cidade e pacificam o trânsito
VP de Atividades Técnicas do Instituto de Engenharia, Ivan Metran Whately, o Prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes e o Presidente do Instituto de Engenharia, José Eduardo Frascá Poyares Jardim. Foto: Divulgação Instituto de Engenharia
“Engenharia é vida.” Foi com essas palavras que o presidente do Instituto de Engenharia, José Eduardo Frascá Poyares Jardim, resumiu a importância de promover o debate sobre a Faixa Azul e os benefícios para a pacificação do trânsito.
Tanto os resultados positivos quanto os próximos passos foram debatidos por autoridades e especialistas no evento Faixa Azul e Faixa Azul Segregada – Balanço da Experiência em Vias do Município de São Paulo, realizado pelo Instituto de Engenharia, na capital paulista, no dia 15 de junho.
Em menos de dois anos de implantação, a ação conseguiu zerar o número de mortes de motociclistas em dois trechos – Avenidas 23 de Maio e dos Bandeirantes, além de reduzir significativamente o número de acidentes graves nas pistas. “A partir do dia que foi implementada, nós vimos com muita satisfação os resultados.”
Segundo Jardim, a eficiência do projeto foi mais rápida do que se imaginava. “A grande vantagem é fazer que o trânsito seja mais homogêneo, mais respeitado. Entretanto, o que motivou o instituto foi a preservação da vida humana.”
Por conta disso, o presidente do instituto acredita que a ação deve ser ampliada na cidade, conquistando futuramente espaço em outras cidades do Brasil e, até mesmo, do mundo. “Evidentemente serve como um piloto para o País todo. Que São Paulo possa cumprir seu papel e servir como exemplo para difundir essa ação em benefício do País.”
Como já diz o ditado: “Uma andorinha só não faz verão”. Portanto, apesar dos resultados, é importante pensar sobre a necessidade de promover outras iniciativas para contribuir cada vez mais com o trânsito da cidade.
Entre os pontos importantes para esse fim, Jardim acredita que é preciso encontrar caminhos para a questão crítica do controle dos semáforos. “A sincronização pode trazer benefícios múltiplos, tanto na segurança quanto na redução da poluição, no tempo que se perde, na irritação dos motoristas.” Com esse trabalho já em andamento na Prefeitura de São Paulo, Jardim colocou o instituto à disposição para contribuir.
Conjunto de ações
Na mesma linha, o vice-presidente de Atividades Técnicas do Instituto de Engenharia, Ivan Metran Whately, acredita que a eficiência do sistema viário está relacionada com o somatório de ações. “Não pode ficar como uma providência isolada.”
Entre as iniciativas destacadas, ele recorda da área exclusiva para motociclistas delimitada em algumas vias em frente aos semáforos, disciplinando o trânsito. “Essa ideia veio da Ásia e também deu certo.”
Nesse conjugado de iniciativas, Whately acredita na adoção futura de outras ações para disciplinar o tráfego e, consequentemente, preservar vidas. “Eu acredito que a criatividade da CET vai trazer outras providências de engenharia, que é a base de todo o trânsito.”
Já sobre a Faixa Azul, Whately destacou também o fator disciplinar, com a delimitação contribuindo para a organização nas vias. “Foi um projeto muito coerente. Não precisou impor aos motociclistas, que são bem disciplinados, para que obedecessem. Foi uma coisa natural.”
Ampliação do projeto
Com os resultados favoráveis conquistados nos dois trechos, a expectativa agora é para a ampliação do projeto, que depende de aprovação da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). A ideia da Prefeitura é expandir a Faixa Azul em mais 200km em vias consideradas críticas.
Para o assessor especial da Divisão Técnica de Sustentabilidade do Instituto de Engenharia, José Manuel de Oliveira Reis, a ampliação permitirá avaliar a eficiência da iniciativa em ruas e avenidas com características diferentes.
“Cada via tem suas características. Assim, a Faixa Azul deve ser testada levando isso em consideração, como a influência de pedestres e bicicletas, por exemplo.” Segundo ele, a discussão agora está na análise dos locais onde é possível implementar essa ação com a eficiência já apresentada até o momento.
“Claro que grandes metrópoles são complicadas. Mas entendemos que, de uma forma ou de outra, você pode criar análises e estudos que vão melhorar significativamente o que temos hoje de problemas no tráfego dessas cidades.”
Para assistir à gravação do evento Faixa Azul e Faixa Azul Segregada – Balanço da experiência em vias do Município de São Paulo, acesse o site do Instituto de Engenharia.