Amadurecimento das fintechs promoveu mudanças no setor, exigindo
determinados conhecimentos e competências dos empreendedores
Fonte: Adobe Stock
Instituições financeiras que utilizam a tecnologia para promover inovação, as fintechs povoaram o imaginário das pessoas nos últimos anos. Afinal, como não se encantar por empresas que desafiam a supremacia dos bancos tradicionais apenas com uma ideia na cabeça e muita disposição, não é mesmo? A história, infelizmente, não é bem assim.
Por relacionar dois assuntos fascinantes (dinheiro e tecnologia), muitos acreditam que as fintechs funcionam como grandes ímãs que atraem com facilidade recursos milionários provenientes de investidores arrojados. Mas, apesar do glamour conquistado, essas empresas apresentam uma realidade bem diferente.
O que muitos não sabem (ou preferem ignorar) é que as fintechs ainda representam grandes desafios para o empreendedor, exigindo determinadas competências e qualidades alinhadas com a produção de alto padrão utilizando os recursos à disposição. “As pessoas que realmente foram bem-sucedidas não contam que esse glamour nunca foi verdadeiro, nem antes nem depois”, afirma Linconl Rocha.
Rocha, presidente da PAGOS, participou recentemente do UltraTalks, um evento online gratuito que aborda diversos temas relacionados com o mercado de pagamentos e outros assuntos do mundo corporativo.
Na ocasião, ele debateu o tema com outros especialistas e pioneiros, como Daniel Nery, CEO da UltraLinks; Edson Santos, fundador e sócio da Colink Business Consulting; Fernando Campos, paySmart; Boanerges Ramos Freire, Boanerges & Cia Consultoria, entre outros.
A verdade sobre as fintechs
Considerado promissor, o segmento das fintechs conseguiu nos últimos anos romper inúmeras barreiras, trazendo para o mercado soluções realmente inovadoras. Do início com os desbravadores até agora, essas instituições financeiras passaram por um amadurecimento, com regulamentações, modelos de governança, novas aplicações facilitadoras, erros e acertos.
Nesse período, muitas fintechs receberam aportes financeiros significativos por parte de investidores que acreditavam em retornos mais significativos ainda. Após a etapa do deslumbre, porém, chegaram as cobranças por resultados. Tudo isso em um momento economicamente conturbado no mundo, com a pandemia, alta dos juros, guerra, entre outros fatores.
Com isso, muitos empreendedores precisaram reajustar os modelos de negócio, com gestões mais enxutas e eficientes. Já outros optaram por incorporações ou, até mesmo, fecharam as portas.
“O cenário é de mudança, de repensar. Vamos ver novos modelos e novas gestões que pensam mais em resultado”, avaliou Linconl Rocha durante o UltraTalks.
Fintechs e o valor do conhecimento
Então os desafios que surgiram pelo caminho acabaram com esse segmento tão promissor? Não, muito pelo contrário. Esses fatos apenas contribuíram para o amadurecimento do segmento, criando bases sólidas para quem realmente entende que as fintechs não são aventuras protagonizadas por sonhadores despreparados e com os bolsos vazios.
Por conta disso, alguns pilares são importantes para quem realmente deseja desbravar da forma certa o mundo das instituições financeiras que utilizam a tecnologia em busca de inovação.
O presidente da PAGOS afirma que é preciso contar desde o início com o suporte de profissionais realmente qualificados, com competências e conhecimentos específicos. E isso, claro, significa pagar bem.
“O engano é achar que vai fazer algo com um punhado de dinheiro. Isso acabou. Para ter um bom negócio, a pessoa precisará ter gente boa. Esse é um negócio de gente, de pessoas com graduação e valorizações elevadas”, destacou durante o UltraTalks.
Segundo ele, o empreendedor não consegue fazer um projeto extremamente ousado sem contar com as competências certas para o negócio. Subestimar isso logo no início do projeto pode representar nem sequer avançar para uma próxima etapa. “Profissionais não são baratos. Os que conhecem, que vão fazer a diferença, não são”.
Conheça o tamanho do seu bolso
Até por conta do valor das contratações certas, outro ponto importante é fazer uma análise honesta do projeto para saber se ele realmente se encaixa nos recursos à disposição. No UltraTalks, Linconl Rocha simplificou essa explicação com a seguinte afirmação: “Faça o projeto do tamanho do bolso que você tem”.
Segundo ele, não é indicado para as fintechs começar alavancadas, esperando surgir um investidor milagroso com o tempo.
Para quem ainda não acredita nessa afirmação, o especialista lembra que as fintechs que são referência atualmente não começaram de maneira amadora, pois contavam com o suporte de grandes grupos.
“Não ache que fulano é assim porque foi arrojado. Ele é assim porque ele não estava alavancado, ele tinha dinheiro suficiente porque fez os arranjos societários de captação muito bem feito para que pudesse projetar um negócio daquele tamanho. Esse é um dos segredos.”
Claro que apenas esse suporte não é suficiente, mas é importante. Por isso, Linconl Rocha completa o conselho: “Olhe o tamanho do seu bolso e olhe o tamanho do grupo que vai estar te apoiando”.
Por fim, o especialista deixa o seguinte recado: “Tem como investir com vários bolsos. Só não seja displicente nessa análise. O que eu tenho, o quanto eu tenho e o que dá para eu fazer com isso? Hoje o arcabouço está muito mais fácil”.
Para conferir o bate-papo completo é só acessar o vídeo no perfil da UltraTalks, a empresa que facilita seu o acesso a profissionais influentes no mercado de pagamentos e a conhecimento especializado.