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Saúde

Fhemig implanta metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados com grande sucesso

Estadão Blue Studio Express
Conteúdo de responsabilidade do anunciante 15 de fevereiro de 2022

Conheça esse modelo de aumento da eficiência hospitalar e entenda como a solução pode otimizar o desempenho da assistência no setor público brasileiro

Fhemig implanta metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados com grande sucessoFoto: Freepik

Com suas proporções continentais, o Brasil tem entre suas características as diferenças regionais. Isso não ocorre somente nos costumes e no sotaque. É possível identificar variações até mesmo na prestação de serviços universais, que, a princípio, deveriam apresentar os mesmos resultados, já que seguem as mesmas diretrizes.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido como uma das principais políticas sociais do País. Entretanto, ainda existem muitos desafios para obter, em âmbito nacional, resultados de qualidade em todas as regiões, em especial na atenção hospitalar.

Entre as questões que inquietam muitos gestores do setor estão: Como ampliar o acesso à assistência à saúde garantindo a desejada qualidade para a população? E como fazer isso com os recursos existentes?

As respostas para estas e outras dúvidas podem estar na transformação dos dados e informações gerados na assistência à população em conhecimento capaz de gerar melhores resultados e de forma eficiente. Com o apoio da tecnologia, é possível assegurar alta qualidade da assistência oferecida, além de aprimorar substancialmente os atuais modelos assistencial e remuneratório do nosso sistema de saúde.

Para entender melhor como é possível promover saúde de qualidade em uma rede de saúde pública, é importante conhecer o caso da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Ao obter resultados significativos, o órgão comprova que a metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados (DRG, do inglês Diagnosis Related Groups) é uma estratégia exitosa para superar desafios da atenção hospitalar no campo da saúde pública no Brasil, subsidiando melhores ações gerenciais e assistenciais com auxílio de uma plataforma de análise de dados.

Detalhes

Os resultados do trabalho desenvolvido na Fhemig foram destacados em dois artigos científicos publicados na Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais, a RAHIS.

Entre os autores, as publicações contam com Marco Aurélio Ângelo, coordenador médico DRG; Bárbara Martins, coordenadora DRG; e Cynthia Carolina Andrade, enfermeira analista, todos da Fhemig; e Victor Caldeira, consultor técnico da plataforma DRG Brasil.

Em destaque, os artigos mostram em detalhes a implantação, desafios e resultados já conquistados, salientando a importância de construir e qualificar o banco de dados para municiar os gestores e profissionais da área hospitalar com dados realmente relevantes.

Para entender melhor os desafios, é importante conhecer um pouco sobre a Fhemig, uma das maiores gestoras de hospitais públicos do SUS no Brasil .Com 20 unidades assistenciais e uma administrativa, essa fundação possui hospitais de referência em vários serviços, como o João XXIII, maior pronto-socorro de Minas Gerais e um dos maiores da América Latina; o Eduardo de Menezes, referência nacional no atendimento de Covid-19 e outras doenças infectocontagiosas; e o João Paulo II, destaque no país no atendimento a pacientes pediátricos no SUS.

Essa estrutura grande e complexa realiza anualmente de 80 a 90 mil internações, sem contar procedimentos de consultas e ambulatoriais.

Na Fhemig a utilização do DRG contempla os Complexos de Urgência (Hospital João XXIII, Hospital Infantil João Paulo II, Hospital Maria Amélia Lins); de Especialidades (Hospital Júlia Kubitschek, Hospital Alberto Cavalcante) e de Referência (Maternidade Odete Valadares, Hospital Eduardo de Menezes, Hospital Regional Antônio Dias, Hospital Regional João Penido, Hospital Regional de Barbacena Dr. José Américo).

“O escopo do Projeto DRG na Fundação se destina aos complexos relacionados à atenção às condições agudas e às agudizações de condições crônicas, com o foco do atendimento hospitalar’’, explica Bárbara Martins. Segundo ela, o projeto se demonstra inovador no âmbito da política e do planejamento das diretrizes assistenciais como ferramenta do cotidiano hospitalar.

Início

Os artigos demonstram a complexidade da implementação e estruturação tanto do modelo de governança quanto da cadeia de informação. Além disso, destacam as soluções encontradas e os benefícios em superar os desafios, apresentando os resultados já alcançados. Para isso, é fundamental construir um banco de dados robusto e fidedigno, permitindo que os gestores tenham a garantia e a segurança para tomar decisões a partir dos dados da metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados (DRG), gerados pela plataforma DRG Brasil.

Na Fhemig, o estudo de viabilidade começou em 2018. Entretanto, o marco inicial do projeto foi 2019. Nos três primeiros anos, destacam-se a estrutura de codificação em dez hospitais, assim como o avanço no modelo de governança clínica e o impacto benéfico no modelo remuneratório dos funcionários públicos das unidades de saúde e de toda a estrutura da fundação.

Nesse período, Bárbara Martins apresenta dois ganhos relevantes. “Primeiro para o próprio paciente, que fica na unidade pelo tempo oportuno. Na sequência, o benefício para a sociedade, pois conseguimos ampliar o acesso da população ao se otimizar a disponibilidade de leitos para o SUS”.

Qualidade da saúde pública

É importante destacar também que, durante a pandemia do coronavírus, a sociedade despertou ainda mais para a importância do SUS, com uma capacidade de resposta rápida e a prestação de serviços de excelência em várias esferas.

Nesse contexto, Marco Aurélio Ângelo explica que a metodologia DRG surge com uma proposta para apoiar todo o processo de gestão e garantir uma comparabilidade dos serviços que possuem complexidade similares entre os pacientes.

De um lado, isso permite perseguir uma melhoria no desempenho em áreas que estão em posição aquém do referencial nacional medido pela plataforma. Por outro, também permite identificar especialidades que apresentam desempenho até mesmo superior à média nacional, tanto no serviço público quanto no privado. “Isso prova que o SUS consegue prestar serviço de qualidade em diversas áreas”.

De acordo com Marco Aurélio Ângelo, é claro que ainda existe muito para melhorar. Entretanto, este modelo traz a possibilidade de comparação dos indicadores, tanto dos serviços públicos quanto da saúde suplementar com pacientes de mesma complexidade.

“Quando você mostra onde está o caminho para melhorar e quais são as falhas, os processos vão se ajustando com mais facilidade. Com isso, você possibilita um esforço mais bem dirigido para corrigir os problemas”, afirma.

Por isso, Marco Aurélio Ângelo destaca que a ferramenta DRG, operada por meio de um software totalmente ajustado para as características do sistema de saúde brasileiro, permite um diagnóstico mais acurado dos gargalos, aumentando a eficiência e ofertando um maior acesso à população para os serviços prestados.

Resultados

Atualmente, 93% dos atendimentos realizados nos dez hospitais do projeto já foram codificados, com dados de 2020 e 2021. A construção de uma base segura ajuda na análise qualificada dos resultados, demonstrando onde estão as maiores oportunidades para os ganhos de eficiência.

Exemplo: análise detalhada realizada no início de 2021 identificou que 61,5% das oportunidades de melhoria de desempenho estavam relacionadas com excesso de permanência. Ou seja, para atender os pacientes, era consumido um tempo de internação maior do que a média nacional.

Somavam-se a essas oportunidades um total de 8,7% de ocorrência de condições adquiridas que, se evitadas, asseguram melhor qualidade, menores custos e redução da permanência. Com essas informações, assessoria técnica, presidência, diretoria, coordenadores dos hospitais e suas equipes começaram a atuar para aperfeiçoar determinados processos.

Entre os resultados conquistados, destaca-se o aumento de eficiência na ordem de 11% a 12% em algumas áreas. Na administração pública direta, isso representa um aproveitamento expressivamente melhor dos recursos públicos.

Os números, aliás, foram apresentados em um seminário para representantes do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público. “Estamos falando em garantir maior acesso com qualidade”.

Apesar dos ganhos significativos, Marco Aurélio Ângelo acredita que a Fhemig utiliza apenas de 30 a 40% do potencial máximo da ferramenta. “Temos fôlego para melhorar muita coisa”.

Segundo ele, ao atingir 100% de eficiência, isso permitirá aumentar em 50% o atendimento, sem a necessidade de construir novas alas. “Ao invés de 90 mil, passaríamos a quase 140 mil internações por ano”.

Qualificação dos dados

Identificar os serviços de excelência bem como os pontos com possibilidade de aperfeiçoamento só foi possível com a construção de um banco de dados robusto, qualificado e confiável.

Por isso, desde o início, foi necessária a formação de uma equipe de codificação qualificada. Muito mais do que repassar as informações dos prontuários para o sistema, esses profissionais desenvolvem um trabalho de interpretação de toda a condição clínica do paciente e a assistência recebida na jornada hospitalar, até o desfecho.

Atualmente, a equipe conta com 36 analistas nos hospitais e três enfermeiros na assessoria técnica. Todos os profissionais possuem formação superior na área de saúde. No grupo, Cynthia Carolina Andrade.

A enfermeira de formação destaca o desafio em implantar um novo sistema em qualquer organização. “Isso mexe com um ponto crítico, que é a mudança, tirar as pessoas da zona de conforto”.

Mesmo com a expectativa inicial, os profissionais logo entenderam a importância de contar com a solução para o aprimoramento do trabalho e o destaque dos pontos de excelência. “Se não tivermos um parâmetro, não temos como saber o que melhorar”.

Outro ponto importante é o processo natural de amadurecimento. O tema, aliás, faz parte de um dos artigos. Durante o período de janeiro a julho de 2021 foram codificadas nas dez unidades 23.326 altas. Do total, 1.122 inconformidades foram identificadas.

A auditoria dos dados permitiu colocar em ação uma prática para aprimorar o processo. “No final de janeiro iniciamos um treinamento com os codificadores. Depois disso, constatamos uma redução de 64,4% de inconformidades nas codificações realizadas”, explica Cynthia Andrade.

Próximos passos

Todo o processo evolutivo contou com o apoio da plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil, que desenvolveu um trabalho em conjunto com a Fhemig. Integrante desse processo, Victor Caldeira também participou da autoria de um dos artigos. “O objetivo foi apoiar a instituição nessa frente de trabalho”.

Com esse amadurecimento da equipe de analistas da base de dados, o próximo passo é trabalhar para intensificar a disseminação da metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados (DRG) na rede hospitalar, permitindo que cada vez mais os gestores tenham à disposição informações importantes para a definição de diretrizes e governança.

“De fato, há desafios. Mas acreditamos que a ferramenta subsidia realmente as tomadas de decisão, o que dá segurança ao que fazemos”, finaliza Victor Caldeira.

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